quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Você é bom?

Eu fui criada muito mais dentro do espiritismo que de qualquer religião. É nele que estão todas as coisas em que eu acredito e é por causa dessas coisas que eu tento ser uma pessoa sempre melhor. Eu acredito que se fizer e pensar o bem, fico cercada de boas energias e, consequentemente, mais protegida das más energias (que algumas pessoas cismam em emanar pra cima e mim). Eu acredito que as pessoas têm uma missão na vida, lições a aprender e que todos, mais cedo ou mais tarde - nesta ou em outra encarnação - pagarão por seus maus atos, sem que eu precise mover uma palha. Assim sendo, ficar desejando o mal do outro só atrapalha a mim mesma. "Retarda a minha evolução espiritual", como eu costumo dizer. É perda de tempo. Tempo que, aliás, poderia e deveria ser usado para algo mais construtivo que desejar o mal alheio.
Ainda assim, tem vezes que eu fico que nem a Chayenne, pensando "exploda, ser do pântano, exploda". É que tem gente, meu amigo, que no mínimo uma dor de barriga você devia ter o direito de desejar!
Não importa qual seja a sua religião, ela provavelmente vai dizer que você deve ser uma pessoa boa, amar e perdoar o próximo e fazer o bem. Isso provavelmente significa desejar o bem também. Quanto melhor você for de coração, maior será a sua recompensa (especialmente porque se você for bom de verdade não estará pensando em uma recompensa por isso. A falsa bondade não redime ninguém). E o mais incrível é que, aparentemente, tem gente que consegue mesmo ser assim!
O Lulu Santos disse em sua música que "não desejava mal a quase ninguém". Quase. Ninguém, ninguém mesmo, é muito difícil! Requer muito desapego, muita fé, muito... sei lá. Eu não sei como é isso.
Eu, assim como o Lulu, não desejo mal a quase ninguém. E quando desejo, juro que não é muito mais que aquela dor de barriga. Mesmo assim, eu me envergonho, porque no fundo do meu coração eu queria ser uma dessas pessoas boas que tudo relevam, que dão a outra face. 
Acontece que, aparentemente, a minha evolução espiritual ainda não chegou nesse nível. Eu sou do tipo que guarda mágoa, que demora a esquecer. E se não gasto mais tempo desejando o mal aos meus desafetos, por outro lado, não consigo não ficar feliz quando sei que eles se deram mal de alguma forma. Aquela sensação de "bem feito! Agora teve o que merecia". É horrível, mas é bom. E eu me pergunto como aquelas outras pessoas conseguem ser tão boas que nem essa alegriazinha sintam? Como se compadecem dos que jamais se compadeceriam delas? Será que eu sou uma pessoa ruim? 
A minha terapeuta diz que não. Diz até que eu tenho o direito de sentir raiva e que essa "alegriazinha" faz parte do ser humano. Tomara, porque eu acho que vou precisar de umas cinco encarnações pra compensar a alegria que senti com umas coisas fiquei sabendo na semana passada...


2 comentários:

  1. Nossa! Ando nesse dilema tb. rs É quase um crise existencial crônica entre a nossa crença espírita e as emoções/sentimentos.
    Juliana, será q fomos separadas na maternidade? hahahaha
    Bjs

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  2. ai, menina, nem conta o babado todo =O Que que cê ficou sabendo!!! *curiosaaaaa*

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