terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Choro de mulher

Encontrei este texto no facebook. A mulherada toda curtindo, se sentindo homenageada e eu incomodada com a situação.
Pra ninguém ter que ler o mesmo texto duas vezes, texto original em itálico, meus comentários, abaixo, em negrito:

Achei lindo e resolvi dividir com vcs!!! Já começa mal. Como eu disse, não curti.

Choro de mulher...

"Um garotinho perguntou à sua mãe:
- Mamãe, por que você está chorando?
E ela respondeu: Porque sou mulher...
Hein? Tá bom, a vida da mulher não é fácil no mundo em que vivemos, mas, por si só, não é motivo pra chorar, né?
- Mas... eu não entendo.
A mãe se inclinou para ele, abraçou-o e disse:
- Meu amor, você jamais irá entender!...
Mais tarde o menininho perguntou ao pai:
- Papai, por que mamãe às vezes chora, sem motivo?
O homem respondeu: - Todas as mulheres sempre choram sem nenhum motivo.... Era tudo o que o pai era capaz de responder.
Eu não conheço nenhuma mulher que chore sem motivo. Choramos de raiva, de tristeza, de alegria, de emoção. Quando os hormônios estão a mil (tipo TPM ou gravidez), esses sentimentos ficam mais forte e, sim, pode ser mais fácil chorarmos, mas tem sempre um motivo. Nem que seja a cebola. Essa conversa de que mulher chora "sem motivo nenhum" 1 - nos coloca como malucas destemperadas; 2 - me parece uma forma muito sutil (só que não) de menosprezar nossos sentimentos.
O garotinho cresceu e se tornou um homem.
E, de vez em quando, fazia a mesma pergunta:
- Por que será que as mulheres choram, sem ter motivo para isso?
Ponto pra esse garoto que, pelo menos, passou a vida tentando entender o que afligia as mulheres à sua volta.
Certo dia esse homem se ajoelhou e perguntou a Deus: (sim, Ele mesmo, criador do céu, da Terra e, segundo alguns, do machismo)
-Senhor, diga-me... Por que as mulheres choram com tanta facilidade?
E Deus lhe disse: - Quando eu criei a mulher, tinha de fazer algo muito especial.
Fiz seus ombros suficientemente fortes, capazes de suportar o peso do mundo inteiro... Porém suficientemente suaves para confortá-lo!
Pára tudo! Vocês querem que eu acredite que Deus criou a mulher já pensando em jogar todo o peso do mundo nas nossas costas? O Deus de quem? Meu que não foi! O meu Deus fez a mulher para ser companheira do homem (e depois ele mesmo permitiu algumas variações a esse arranjo, mas isso é outro capítulo da História). Companheira, não burra de carga. É pra dividir o peso do mundo, não carregá-lo sozinha nas costas.
- Dei a ela uma imensa força interior, para que pudesse suportar as dores da maternidade e também o desprezo que muitas vezes provém de seus próprios filhos! blá bla blá...
- Dei-lhe a fortaleza que lhe permite continuar sempre a cuidar da sua família, sem se queixar, apesar das enfermidades e do cansaço, até mesmo quando outros entregam os pontos! continua o blá blá blá dizendo que a mulher é a única responsável pelo bem estar da família, que ela é a bucha da vez e que cabe a ela carregar tudo - inclusive o homem - nas costas. E sem reclamar
- Dei-lhe sensibilidade para amar seus filhos, em qualquer circunstância, mesmo quando esses filhos a tenham magoado muito ... e não deu aos homens? Eu conheço - felizmente - pais excelentes e super sensíveis.
Essa sensibilidade lhe permite afugentar qualquer tristeza, choro ou sofrimento da criança, e compartilhar as ansiedades, dúvidas e medos da adolescência! e Deus continua dizendo que cabe à mulher carregar tudo sozinha, inclusive cuidar dos filhos sem o apoio moral do pai.
Porém, para que possa suportar tudo isso, Meu filho... Eu lhe dei as lágrimas, e são exclusivamente suas (porque homem que é homem não chora...), para usá-las quando precisar (ou à toa, sem motivo algum, como te disseram). Ao derramá-las, a mulher verte em cada lágrima um pouquinho de amor. Essas gotas de amor desvanecem no ar e salvam a humanidade! Brega. pra início de conversa. Mas, mais do que isso, volta a ignorar os sentimentos que levam a mulher a chorar. Quando a gente chora de dor, verte em cada lágrima um pouco de dor. Quando chora de raiva, verte raiva na lágrima. O que sai, junto com a lágrima, é o sentimento que deu origem a ela. E não foi, necessariamente o amor, que fez a pobre chorar.
O homem respondeu com um profundo suspiro... - Agora eu compreendo o sentimento de minha mãe, de minha irmã, de minha esposa... (e todas as demais loucas choronas que conheci em vida)
- Obrigado, Meu Deus, por teres criado a mulher." ... pra que eu fosse poupado de carregar o peso do mundo nas costas. Quer dizer, o cara morreu, foi pro céu, e continuou sem saber a verdade sobre o assunto! Sacanagem!
"Autor desconhecido" Que bom. Vai que é alguém que eu conheço?

domingo, 9 de junho de 2013

quando a linguística tira o foco da questão.

Era pra ser simples: mulheres solteiras são senhoritas, mulheres casadas são senhoras. Não importa que idade elas tenham. Eu já escrevi aqui sobre a adorável vitória das francesas em retirar o pronome Mademoiselle de circulação, pelo menos nos meios oficiais. As francesas já não são obrigadas a declarar seu estado civil "indiretamente", em situações em que ninguém quer saber se um homem é casado ou não.
Mas isso porque, aparentemente, as francesas sabiam que essa era a diferença. Por aqui, parece que ainda não entendemos isso.
Por aqui, as pessoas relacionam os pronomes à idade ou, vejam vocês, à virgindade. O termo senhorita parece designar mocinhas jovens e puras. Uma mulher casada, se chamada de senhorita, agradece ao interlocutor, porque aparentemente, isso significa que ela parece mais jovem do que é. Como se moças jovens não se casassem e como não existissem mulheres mais velhas solteiras.
Jovens senhoritas, por sua vez, sonham em ser chamadas de senhora, porque né? Ainda vivemos num mundo em que "ficar pra titia" é o auge do fracasso na vida de uma mulher. Envelhecer e continuar sendo uma senhorita é o pesadelo de milhares e milhares de mulheres da nossa cultura.
E é um pesadelo porque sempre que nos perguntam "senhora ou senhorita", ainda que com a melhor das intenções com o único intuito de parecer mais respeitoso, nós estamos sendo obrigadas a informar se já arrumamos um homem pra chamar de nosso ou se ainda estamos na pista pra negócio.
As senhoritas terão orgulho em se dizer senhoritas inversamente proporcional à sua idade. As senhoras terão  maior prazer em serem tomadas por senhoritas quanto mais primaveras tenham vivido.
E vai ter sempre um pra dizer que "hoje em dia são raras as senhoritas por aí", como me disse um amigo enquanto discutíamos o assunto, como ser uma senhorita fosse o mesmo que ser "donzela", porque né? senhoritas que se prezem, e que querem merecer esse tratamento respeitoso, devem estar, todas, se guardando para aquele que as fará uma senhora de respeito...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

sobre Deus e suas religiões.

Nos últimos dias eu cheguei à seguinte conclusão: foi Deus quem inventou todas as religiões.
Foi esse ser, que pode ou não ter uma forma definida, que pode ser um, três em um, ou vários, ou apenas o fluxo de energia. Ele foi quem imaginou, concebeu e espalhou pelo mundo todas as religiões já conhecidas pela humanidade.
Ora, Deus nos criou a todos, não foi? E sendo Ele próprio o Criador, sabia que havia criado seres diferentes entre si. E havendo criado seres diferentes entre si, tratou de criar também diferentes formas de se chegar até Ele. Ele sabia, afinal, que uma única forma de se relacionar com Ele não seria suficiente, não atenderia a todas as suas criaturas, posto que eram tão diferentes entre si.
E assim, Deus, na sua infinita sabedoria, espalhou pelo mundo diversas formas de se ver o mundo - o explicável e o inexplicável -  e porque ele sabia que esses seres precisariam se descobrir e descobrir o mundo que Ele havia criado nos seus mínimos detalhes para melhor o habitarem, ele também lançou no mundo a opção de não se acreditar em nada que não fosse provado cientificamente. Afinal, Ele sabia que a humanidade poderia ficar acomodada se todos simplesmente acreditassem e ninguém fosse atrás de maiores explicações. Acreditem, meus amigos: os ateus também são "de Deus".
Eu não entendo porque as pessoas perdem tanto tempo discutindo, catequizando, convencendo. Não entendo que não percebam que se Deus permitiu que várias crenças se espalhassem pelo mundo é porque era pra ser assim mesmo e pronto. Para que cada um de nós encontrasse alento naquilo que lhe parecesse mais familiar, que chegasse melhor ao seu coração. Como podem não perceber algo tão óbvio se quase todos nós acreditamos que ele tudo sabe e que nos ama tanto?
Como não acreditar que é Ele quem nos apresenta diversas formas de seguirmos um caminho do bem, para que possamos seguir por aquele que melhor se adapta à nossa realidade. Pois que é isso que uma religião é: um caminho para o bem.
Percebam: pode-se chegar a Deus de barco, voando, pela beira da praia, seguindo uma trilha na floresta, atravessando o jardim ou uma avenida larga. Em qualquer dos caminhos, existe a opção de ser bom e fazer o bem. Judeus, católicos, evangélicos, muçulmanos, budistas, todos pregam o bem (todos os que não distorcem os ensinamentos de sua religião ao seu bel prazer, evidentemente). Todos!
Muitos ateus também pregam o bem. E, se não acreditam agora, mas fazem o bem, decerto também terão seu valor reconhecido, não? Mais do que o outro que bate no peito de orgulho de sua religião, mas é intolerante com os que não compartilham dela.
É nisso que eu acredito

quarta-feira, 20 de março de 2013

orgulho de ser castanho

Meu marido tem lindos olhos verdes. Herdou o tom claro do pai, que tinha lindos olhos azuis.
Ainda assim, me dá um nervoso que as pessoas olhem para nós e dizem: "Tomara que os filhos de vocês puxem os olhos do pai. Imagina que coisa linda, nascer tudo de olhinho claro!"
E por acaso castanho não é uma cor bonita? Por ter olhos claros é condição pra se ser bonito? E por acaso todo mundo que tem olho claro é bonito?
Eu gosto muito de castanho! Acho a cor linda! Até a palavra "castanho", eu acho bonita. Pode ser um ato inconsciente de autodefesa, autoestima, mas eu adoro todos os tons de castanho - do mais escuro, quase preto, aos mais claros, quase mel, passando pelos tons esverdeados, são mais do que os tons de cinza do livro. Acho confortantes, confiáveis, acolhedores. Familiares, talvez. E, mérito seu, o castanho combina com qualquer tom de pele.
Acho que o castanho merece tanta admiração quanto qualquer verde, qualquer azul.
Se meu marido tivesse os olhos castanhos ele seria tão lindo quanto eu acho que ele é com seus olhos verdes. É como uma fotografia: se for boa, fica bonita colorida, em "sépia", em preto e branco.
E tenho certeza de que nossos filhos serão lindos de qualquer jeito, e de qualquer cor!
E embora eu não tenha como escolher, não vai ser nada estranho que puxem o gênio birrento da mãe e venham todos castanhinhos, só pra dizer ao mundo, "viu? Eu sou castanho e sou lindo! Não preciso de olhos claros pra isso!"
Sim... é bem capaz de que eles venham castanhos como a mãe, com os cachinhos do pai e - tomara! - com as bochechas da tia Jeniffer.


segunda-feira, 11 de março de 2013

fraldários para todos

Daí que esses dias fomos a algum lugar, que não me lembro onde, se shopping ou restaurante. E daí que eu fui ao banheiro e lá estava o fraldário. Não no corredor, como acontece em alguns lugares, mas dentro do banheiro feminino, como acontece e muitos lugares.
E como eu sou dessas, não resisti e perguntei ao marido, que também tinha ido ao banheiro, se no masculino também tinha um fraldário. Claro que a pergunta foi retórica. Eu já sabia a resposta. Claro que não tinha nada no banheiro masculino, porque, afinal, trocar fraldas não é coisa de homem, né? Não é coisa de pai, só de mãe. Pai só troca fraldas em casa, onde ninguém vê, e se trocar.
Quer dizer, imagine que é meu aniversário e eu resolvo chamar uns amigos pra almoçar nesse restauante/shopping. E imagine que levamos nosso pequeno e rechonchudo bebê. É meu aniversário, são meus convidados, eu sou a anfitriã da festa. mas se o neném fizer cocô, quem tem que sair da mesa sou eu. Ou uma voluntária solidária.

Vamos supor, agora, que eu esteja trabalhando, como faço sempre nos horários mais impróprios, (aqueles em que as pessoas se reúnem e tal) e que meu marido vá como nosso lindo e fofo bebê ao aniversário de um amigo. (antes que alguém diga que o pai do meu filho é um irresponsável que leva uma inocente criança para a balada, com muito álcool e cigarro, vamos imaginar que é um almoço num lugar e horário super "famílias" tá?) O neném fez cocô de novo. E aí? Ele:
(   )Volta pra casa?
(   )Pede pra uma amiga trocar o bebê?
(   )Nem vai pro tal aniversário (afinal, onde já se viu, um pai passeando por aí sozinho com x próprix filhx)?

Terceiro exemplo: eu estou de folga, e nós resolvemos passear. Daí paramos pra comer. Pra comer metade da quantidade de comida que o maridão come, eu levo, pelo menos, o dobro do tempo. E ele fica logo aborrecido com a demora. Olha aí a criança fazendo cocô de novo. Só eu acho que seria muito melhor se ele fosse trocar a fralda enquanto eu acabo de comer em vez de esperar eu trocar a fralda E terminar de comer?

Pelo dia da mulher que acabou de passar, eu peço aos meus amigos arquitetos que me ajudem a provar que o pai pode fazer tanto quanto a mãe nos cuidados com o bebê. Por favor, se forem colocar o fraldário dentro do banheiro, coloquem nos dois banheiros! Vamos revolucionar o mundo e dizer a todas as pessoas que acham que pais não podem cuidar dos bebês sem a mãe por perto que eles podem sim! O que eles não podem (mesmo) é entrar no banheiro feminino!

domingo, 10 de março de 2013

O mito da caverna e o feminismo

Eu tive uma única disciplina de filosofia na faculdade - e na vida. Se chamava Introdução ao Pensamento Filosófico e Científico e era um saco. Primeiro porque uma das aulas era às sete da manhã de terça (a única aula que tínhamos as sete da manhã, o único dia que eu tinha que acordar mais cedo). Segundo porque a outra aula tomava toda a tarde de sexta. Sabe, tarde de sexta, aquelas horas em que a única coisa em que você pensa é que quer que acabe logo pra chegar o fim de semana? Pois é. Por último, mas não menos importante, porque era uma aula chata de filosofia.
De tudo o que lemos em sala naquele semestre, eu me lembro de duas coisas: uma, de que "o ser é e não pode não ser, enquanto o não ser não é e não pode ser de forma alguma". O nome do filósofo eu tive que procurar no Google: Parmênides de Eléia. Eu nunca entendi exatamente o que ele quis dizer ou a que se aplica, pra falar a verdade, mas decorei a frase porque achei divertida a forma como ela não fazia nenhum sentido na minha cabeça.
A segunda coisa é legal, é de Platão (mas eu tive que procurar isso no Google também, porque não lembrava): O Mito da Caverna (ou a Alegoria da caverna). Resumindo a grosso modo, ele compara a humanidade a um grupo de pessoas acorrentadas, desde a mais tenra infância, no fundo de uma caverna, olhando para a parede. Tudo o que elas sabiam do mundo fora da caverna, eram as sombras que se formavam na bendita parede. Do lado de fora, escravos carregavam, para lá e para cá, sobre os ombros e por detrás de um muro, vasos, trouxas, estátuas, whatever... E, assim, essas pessoas no fundo da caverna, que só viam sombras, acreditavam que fora dali viviam serem gigantes, de formas estranhas, blá, blá, blá. Até que um dia, um desses acorrentados consegue sair da caverna e vê que não era nada disso. E volta para contar aos demais, que, claro, não acreditam nele.
Esse cara era o filósofo. E, segundo Platão, sua missão era justamente esclarecer a sociedade sobre assuntos que ela desconhecia, e de que ele, como estudioso e iluminado, já tinha compreensão.
(E que me perdoe meu professor de filosofia se eu entendi tudo errado)
Resumindo a mais grosso modo ainda: é Matrix, minha gente! E tipo "Matrix A.C."
E porque eu estou falando disso agora? Porque eu fico seguindo esses blogs de feminismo e tem sempre um mala pra dizer um "mas e as mulheres que querem ficar peladas na TV? Vocês estão dizendo que elas não têm direito? E as que querem casar com o cara que as trata mal? Não podem mais escolher? E as que querem fazer tudo isso o que vocês lutam contra? Cadê o livre arbítrio?" (chaaatos)
A resposta é simples: Mito da caverna. A gente adoraria que todas as mulheres tivessem a consciência de que não precisam aceitar certos tipos de coisa, que todas pensassem que vale a pena ser mais do que mais uma bunda na TV, que todas aquelas que querem emagrecer ou alisar o cabelo apenas para se encaixar nos padrões de beleza impostos pela mídia se assumissem baixinhas, gordinhas, cacheadas e felizes, e que a mídia fosse simplesmente obrigada a pensar em produtos para atendê-las, em vez de obrigá-las a atender aos produtos que a mídia quer vender. Mas principalmente, a gente adoraria que elas fizessem suas escolhas conscientemente, e que fossem respeitadas por isso.
Mas tem gente, homem e mulher, que ainda está lá no fundo da caverna, olhando pra parede. Tem mulher que julga mulher como se fosse homem, e machista. Tem gente que ainda culpa a mini saia da menina pelo estupro. Tem gente que me diz que ensinar a escovar os dentes é tarefa da mãe, necessariamente. Tem gente que ainda acha o sujeito que trata as mulheres com educação e respeito, não é homem de verdade. Que dois homens de mãos dadas é nojento, mas duas mulheres se beijando, aí sim é legal porque né? pornô de graça.
Ainda tem. E vai continuar tendo, infelizmente, por muito tempo, ainda. O que a gente faz - e esses blogs fazem bem melhor que eu - é tentar mostrar como pode ser a vida do lado de fora da caverna. Fora da matrix. E cada um que a gente consegue trazer pro nosso lado é uma vitória. É mais uma menina que não vai transar só para agradar o namorado. É mais um cara que vai ensinar o filho (dando o exemplo, do jeito que tem que ser) que mulher tem que ser tão respeitada quanto o homem. É mais um jovem que vai sair do curso de marketing pensando em uma maneira nova de fazer propaganda - que não seja mulher pelada pra cerveja e mulher de aliança no dedo pra produto de limpar o banheiro. E que não sejam os pais bobões de sempre (só eu reparo que pai de comercial é sempre bobalhão?), que explodem o microondas e só servem pra comprar celulares novos pros filhos -. É um futuro arquiteto que vai colocar uma mesa de trocar fralda no banheiro masculino também, porque pai também pode trocar fralda, afinal de contas. Sei lá vários exemplos.
Várias coisas.
Cada uma dessas pessoas vai ajudar a construir um futuro melhor, assim, mesmo, bem piegas. é o que eu espero de tudo isso. Eu vivo num mundo machista, mas meus filhos hão de viver num mundo mais equilibrado. Meu filho não há de me dar o desgosto de transar com a namorada desacordada e minha filha não há de me dar o desgosto de achar que TEM QUE participar do Miss Bixete pra ser aceita pela sociedade acadêmica. E isso, pra mim, já vai ser uma vitória do meu feminismo.
Porque mentalidade não se muda retroativamente, e porque a gente começa a mudar o mundo mudando o que está mais próximo de nós.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Pra Camillinha

Camillinha me pediu um post. Pediu num dia e começou a me cobrar logo no dia seguinte. E como ela leu vários posts nesse meio tempo eu achei que ela merecia.
Camillinha está planejando sua ida para o Canadá.
Quando o meu primo foi para o Canadá fazer intercâmbio - que nem a Camillinha vai fazer no ano que vem - seu professor da faculdade se referia ao país como " O e-le-tri-zan-te Canadá". Assim mesmo, com as sílabas bem separadas e enfatizadas com a ironia de quem queria dizer que nada de realmente eletrizante acontecia por lá. Não tinha escândalo no Canadá, não tinha notícia. Um país daquele tamanho e a gente quase esquecia que ele existia porque quase não ouvia falar dele. O Canadá era só neve e civilidade. Era quase a Suécia (aliás, tem muito sueco radicado por lá) de tão pouco que a gente sabia dele.
Eu ouvia muito falar do Canadá porque a mãe de uma amiga da faculdade morava lá e ela pretendia tirar o visto de imigração assim que se formasse - e de fato o fez. E deixou quase toda a nossa turma com uma pontinha de vontade de fazer o mesmo. Aliás, conseguiu levar outra amiga com ela. E quase me levou também.
Hoje o Canadá é famoso. Desde que a Luíza foi para lá, ela e o Canadá viraram celebridade.
Agora, vai ser o pai da Camillinha que vai poder dizer que reuniu toda a família, "menos Camilla, que está no Canadá".
Pois minha "pintinha", deixa eu dizer uma coisa: prepare-se para os melhores momentos da sua vida! Prepare-se para ver como o  mundo é realmente enorme e como as possibilidades são muito mais numerosas e diversificadas do que a gente imagina antes de sair de casa pela primeira vez.
Passeie muito! Leve um mapa, mas deixe-se perder um pouco na cidade também. É legal andar pelas ruas observando o que a cidade tem, além dos pontos turísticos. Ache uma feirinha de artesanatos ou um mercado que venda coisas gostosas e que não esteja no guia turístico ( by the way, eu tenho um guia de Montreal e Quebec que posso te emprestar). Sente na praça e observe as pessoas. Faça piqueniques nos parques.
Não se acanhe ou desanime em passear sozinha.Descobrir as coisas sozinha te dará uma perspectiva muito particular sobre suas descobertas. Não esteja sempre sozinha, também. Converse com as pessoas. Faça amigos de quantos países puder (no Canadá tem gente de todo canto). O que você aprende sobre o mundo simplesmente batendo papo com as pessoas é inacreditável!
Você vai descobrir que é possível, sei lá, fazer café de mil jeitos diferentes. Que as pessoas comem coisas diferentes no café da manhã e que o seu pão-com-manteiga-e-café-com-leite é que é diferente para elas. Que eles lidam de forma extremamente natural com alguns dos nossos tabus e que coisas que nos são corriqueiras podem ser boas pedras nos sapatos dos outros. Vai entender melhor a diferença entre culturas, lidar com diferenças de valores e, com isso, se livrar de preconceitos (sim, todo mundo tem seus preconceitos) e lidar melhor com as pessoas à sua volta. Vai aprender novas formas de se divertir (tranquilize seu pai, estou falando de formas lícitas e saudáveis de se divertir).
Dê notícias aos seus pais diariamente. Isso é  muito importante! Nem que seja só um sinal de fumaça para eles saibam que você está viva e bem. A gente ainda não entende porque eles de descabelam tanto por causa de um dia sem notícias, mas um dia você vai ter filhos e mandá-los para o intercâmbio e provavelmente vai entender o que eles sentirão agora.
Tente alguma coisa que nunca teve coragem porque não sabia o que seus amigos iam dizer (tipo mudar o corte ou a cor do cabelo, nada de tatuagens ou coisas definitivas, tá?).
Agarre essa oportunidade com todas as suas forças e aproveite ao máximo, porque a gente nunca sabe quando ou se vai ter outra. Volte para casa sã, salva e cheia fotos e de coisas pra contar. E prepare-se para passar um bom tempo pensando no quanto quer fazer tudo de novo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Carta para Juliane Araújo

Querida Juliane,

Você certamente não sabe quem eu sou, nós não nos conhecemos. Isso deve ser normal na sua vida - pessoas que você nunca viu saberem quem você é -, afinal é uma artista. E como artista, tem sua figura e suas palavras divulgadas (com maior ou menor precisão) em todo tipo de meio de comunicação existente.
É o que as pessoas chamam uma "formadora de opiniões". E é justamente por isso que estou lhe escrevendo.
Recentemente, a Lola publicou um guest post meu no blog dela. Não se você a conhece, mas ela é bem famosa entre as feministas. Eu comentava justamente o conteúdo feminista da novela, falava do cuidado com que o tema estava sendo abordado, misturado à linda produção e ao trabalho excelente dos atores (aliás, que elenco, hein? Parabéns por fazer parte desta equipe). Falava da luta de Laura e Isabel, para serem aceitas pela sociedade pelo que são e não por aparências, das dificuldades de tantas mulheres (inclusive a sua Alice) em se anular para se enquadrar no padrão que a sociedade dita e em como todas essas situações são tão atuais, ainda, infelizmente.
Dezenas de comentários sobre a novela e seu conteúdo foram postados pelos leitores da Lola. Muita gente, assim como eu, assistia à novela pelo site, à noite, pois ainda estava no trabalho ou no caminho para casa na hora em que ela é exibida na televisão. Muita gente que não assistia foi lá no site conferir. E aí, navegando pelo site, demos de cara com a sua declaração sobre não ser feminista, mas gostar de receber flores e galanteios - como se uma coisa excluísse a outra -, e muita gente ficou desgostosa no meio de uma discussão que ia tão bem.
Eu não estou aqui para julgar ninguém, mas precisamos que as coisas fiquem claras. Ao que me parece você simplesmente não tem clareza do que é o feminismo. Não a culpo, a mídia é assim mesmo, esconde, distorce, mostra só o que interessa. Muita gente ainda acha que as feministas não necessariamente lésbicas ou mal amadas, avessas a tudo o que venha dos homens, pois que não precisam deles para nada.
Acontece que foi a sua declaração que vimos, e por isso endereço esta carta a você. Afinal, como já disse, você agora faz parte desse grupo chamado "formadores de opinião".
Então, deixa eu explicar um pouco como são, realmente, as coisas: você disse (ou, pelo menos, publicaram assim) em sua entrevista:

     "(...)gosto de tudo que trás romantismo. Tenho namorado e gosto de sair para jantar, ganhar flores...Quando era adolescente, achava que tudo era besteira. Hoje acho tão bonito! Não sou feminista. Gosto do homem galanteador, gentil”

Pois bem: muitas de nós, mulheres feministas, somos românticas no sentido mais comum da palavra e adoramos tudo o que traz romantismo às nossas vidas. É claro que não dá para generalizar, cada pessoa é uma pessoa, mas de uma forma geral, acho que todo mundo busca o amor para a sua vida. O que nós não aceitamos é que nos coloquem dentro de uma forma, e nos digam que mulheres devem ser românticas desse ou daquele jeito, que devemos gostar disso ou daquilo, agir assim ou assado. Afinal, o que é romântico para um, pode não ser para o outro, certo? Nem todo mundo acha romântico se vestir de cor de rosa e ficar sentada no alto da masmorra esperando o príncipe encantado. Nem todo mundo gosta de cavalos brancos ou carruagens.
A maioria absoluta de nós (tirando, talvez, as alérgicas) também A-DO-RA receber flores! O que nós não aceitamos é a obrigação de sermos submissas às vontades de quem nos dá as flores.
Muitas de nós tem namorados (ou namoradas), maridos, companheiras, e adora sair para jantar, ir ao cinema, ou seja lá o que for. O que nós não admitimos é que nossos acompanhantes tenham o direito de escolher ou vetar o que nós vestimos nessas ocasiões, por exemplo. Ou de que algum desconhecido se sinta no direito de nos importunar caso estejamos sozinhas no restaurante.
Nós, inclusive, de uma forma geral, achamos bonitinho se eles puxam a cadeira, pagam a conta, nos dão passagem e abrem a porta do carro. O que nós combatemos veementemente é que em troca de toda essa gentileza, nós sejamos obrigadas ou coagidas a ir para a cama com eles. Mesmo que o cara seja seu namorado.
Em suma, nós também AMAMOS homens galanteadores e gentis, nós apenas ampliamos este conceito para além das flores e dos jantares. Homens gentis são aqueles que sabem respeitar uma mulher. A que está com ele e as que não estão. Que não ficam fazendo piada nem comentários grosseiros sobre as mulheres, que não vão aproveitar o dia em que você bebeu um pouco a mais para forçar uma barra e que não sairão por aí te ofendendo porque você não o quis.
Gostamos de homens galanteadores, mas não cafajestes. O tipo que solta galanteio para tudo o que é mulher que passa na rua está na nossa lista negra.
Nós adoramos os homens que nos reconhecem como pessoas (não objetos) de igual importância social. Que respeitam nossa inteligência e se orgulham de nossas conquistas.
Nós não lutamos contra os galanteios e gentilezas. Lutamos por respeito, puro e irrestrito. E adoramos os homens que se juntam a nós nessa luta. Os que ficam felizes e orgulhosos em ser nossos parceiros e amantes, não os querem ser nossos donos.
E, se possível, que tragam flores. E chocolates, também. Nós adoramos os homens que trazem chocolates.

domingo, 13 de janeiro de 2013

guest post meu no blog da lola

Eu, muito chique no blog da Lola!
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/01/guest-post-lado-lado-uma-novela.html

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Feliz ano novo!

Ah, o Reveillon! Que data sublime!
Ao contrário da indiferença crescente que sinto pelo natal, o ano novo sempre me cativa. Como na época da escola, em que comprávamos os cadernos novos para o ano letivo que se iniciaria. Ao contrário dos cadernos do ano anterior, quase completamente escritos, com algumas orelhinhas inevitáveis (inevitáveis sim, eu cuidava muito bem dos meus cadernos), marcas de borracha (nunca fui adepta do liquid paper - quando escrevia errado à caneta, eu simplesmente riscava e escrevia o correto do lado) e algumas páginas arrancadas, os novos cadernos eram branquinhos, as capas impecáveis, as espirais redondinhas.
Eu gostava de ver minha mãe encapá-los e escrever nossos nomes nas etiquetas. Mais tarde, passamos a fazer as etiquetas no computador e meu pai deixava que escolhêssemos um desenho simples para o cantinho delas.
A compra de material ainda dava a possibilidade de inovar, de fazer diferente: por que não um fichário, um caderno de mais matérias ou pastas para folhas soltas de anotações? Esse tipo de liberdade que a gente ganha com a idade (na primeira série todo mundo tinha que ter cadernos do mesmo tamanho, encapados com plásticos da mesma cor).
Nós não tínhamos os cadernos nem os lápis mais caros, com os desenhos da moda. E isso nunca fez diferença. Ninguém tinha cadernos tão bem encapados quando os nossos.
No final do ano, minha mãe tirava as folhas brancas que sobravam dos nossos cadernos, cortava a beirada da espiral e guardava como folha de rascunho. Elas ficavam como novas! Quando eu resolvi usar fichário, em vez de caderno, nós pegamos o furador e transformamos essas folhas antigas e folhas de fichário novinhas (em folha). Renovação sustentável.
Aliás, meus bloquinhos de anotação, em casa, hoje, ou são brindes, ou são folhas não usadas as minhas últimas agendas (tem bem uns cinco anos que não uso agendas).
E assim, o ano novo é, para mim, como comprar material escolar novo. Folhas em branco, borrachas novas, apontador amolado, lápis ainda sem ponta e canetas cheias de tinta. Alguma coisa que se utilizou no ano anterior ainda pode ser utilizado, se estiver em boas condições. Muitas vezes, "lavou, tá novo".
É o momento em que você reúne tudo o que precisa para começar mais um ano de vida. O que pode ser aproveitado do ano anterior, o que vai pro lixo. O que deve ser continuado e o que pára por ali mesmo.
Aqueles 16 minutos de queima de fogos (se você estiver em Copacabana) me deixam tão hipnotizada que é como se cada ano vivesse em uma dimensão diferente e aquele fosse o momento nós somos transportados de uma para outra. E quando os fogos terminam, dá um alívio, um vazio bom de dever cumprido pelo ano anterior e de empolgação ante as possibilidades do ano que se inicia.


post de natal, atrasado

Então foi natal. E eu tenho que confessar que tenho cada vez menos entusiasmo com a data. Sobre o natal eu penso o mesmo que de outros feriados: qualquer desculpa para estar com a família da gente é bem vinda. No meu caso, que trabalho nos feriados, nem pra isso o natal serve muito, mais.
Pra mim, natal é coisa de família com crianças pequenas, que ainda acreditam em Papai Noel (e eu imagino que essa seja uma fase cada vez mais curta na vida das crianças, hoje em dia).
Acho que isso começou quando o natal passou a chegar em outubro, logo pós o dia das crianças.
Eu entendo que as empresas querem vender, e que para elas qualquer desculpa para vender é que é bem vinda, mas o fato é que - quando o natal finalmente chega - eu já estou cansada de ouvir falar em presentes, decoração nevada e papai noel que, sabe Deus como, não passa mal no calor do verão carioca.
Fica chato.
Quando eu era pequena - e acho que já comentei algo sobre isso em outro post - as férias de fim de ano eram o tempo de ir para a casa das avós e encontrar os primos. Isso porque normalmente nós ou eles estavam morando longe. Final de ano significava chegar cedo na Rua Selva e ficar esperando os Mazzini chegarem ou chegar depois deles e ficar na dúvida entre subir a ladeira da casa da vovó buzinando ou no mais absoluto silêncio, para que só soubessem da nossa chegada quando já estivéssemos na porta da casa. Significava que pensaríamos, ensaiaríamos e apresentaríamos nossas peças e apresentações musicais para a família (e, invariavelmente, brigaríamos durante esse processo)
Final de ano significava ir para a casa da vovó Maria e bagunçar tanto o quarto dela com os primos que é realmente incrível que ela não se aborrecesse. Era gastar resmas de papel desenhando mensagens de "salve a natureza" pra distribuir no parque, perto da casa da dinda.
Naquela época, o fim de ano tinha todo um contexto e o natal fazia todo o sentido como sendo uma festa para comemorar a época em que as minhas famílias conseguiam se reunir por uns dias. Era época de férias escolares e tal.
Faz muito tempo que eu tenho férias no fim do ano. Um dia ou dois de folga para comemorar o natal ou o ano novo, assim, meio corrido.
Natal passou a ser um dia isolado, precedido de quase 3 meses de anúncios de coisas que eu não deveria deixar de comprar para deixar as pessoas que eu amo felizes. Um dia em que, todo ano, se come a mesma comida.
Aliás, o sonho natalino da minha vida é servir pizza na ceia de natal. Nem que seja de pizza de peru. Só pra ser diferente.
Acho que se fala tanto em presente que o natal ficou meio empacotado, meio rotulado. Ficou meio chato, previsível.
E eu ainda tenho a sorte de realmente gostar de estar com a minha família! Porque né? tem gente que nem isso. Eu canso de ouvir por aí piadas e comentários sobre como é chata uma reunião de família. E aí as pessoas têm que se aturar porque é natal. E elas não têm só que se aturar, têm que fingir que se adoram. E comprar presentes umas para as outras.
Não me entendam errado. Não é nenhum tipo de amargura. É só uma constatação de que uma coisa tão valorizada pela mídia vem, gradativamente, perdendo a importância para mim. Ou, ao menos, perdendo a sua essência...
Quer dizer: eu gosto de estar com a minha família. E qualquer desculpa vale. Mas se isso acontecer no natal, ou no meio de agosto, pra mim não faz diferença.
Apesar disso, eu devo admitir que gosto muito das minhas coisinhas de natal - que não montei este ano porque a gata destruiria tudo quase que imediatamente: minha árvore, feita em madeira pelo papai, com todo o carinho, nos mesmos moldes em que o meu bisavô fez uma para cada filho, e que, depois, minha mãe e minhas tias ganharam as suas também. Na minha, nem bolas de vidro, nem luzes, nem neve falsa, só bonequinhos de madeira pendurados por finos fios dourados, que dão um certo brilho ao conjunto. Uma verdadeira e delicada obra de arte. E o presépio: argentino, fofo, tem uma lhama entre os bichinhos da manjedoura A lhama e os pés gordinhos de José e Maria foram decisivos na minha escolha. São bonitinhos. Mas até que eu arrume uma redoma de vidro para mantê-los a salvo da Estrelinha, ficarão encaixotados, para sua própria segurança.
No móvel da sala, apenas meu lindo julbock (http://pt.wikipedia.org/wiki/Julbock), trazido diretamente da Suécia pelo querido Niclas, quando veio ao Brasil, Já não me lembro se ele deve ficar virado para o norte ou para o Sul, para afugentar os maus espíritos, mas também não sei se os maus espíritos do hemisfério sul chegam pelo mesmo lado que os da Escandinávia, então ele fica lá, só enfeitando. O ano todo.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Coisas que vale a pena a gente compartilhar

Precisei compartilhar esse depoimento de uma amiga muito querida, aos 45 minutos do segundo tempo de 2012. É tão lindo e tão inusitado! Para refletir e começar 2013 com mais disponibilidade para os outros:

"Voltando pra casa agora de manhã, entrei no ônibus em copa e alguns segundos depois alguém me "cutuca" no ombro. Demorei um pouco pra reconhecer, mas me lembrei que era um jovem motorista da linha 415 que eu pegava de madrugada em Copa quando trabalhava até meia noite. Depois dos "Ah oi, tudo bem, quanto tempo" eu pergunto como ele está e ele fala: 

"Lembra da última vez que viemos conversando no ônibus? Já faz muito tempo...você me deu muita força pra eu voltar a estudar, fazer alguns cursos...então, terminei meu segundo grau naquele ano e logo depois consegui uma bolsa pra uma faculdade! continuo trabalhando aqui na empresa, mas já não sou mais motorista, estou trabalhando na administração. Nunca mais te vi por aqui então não tive a oportunidade de te agradecer, viu? Obrigada! Feliz 2013 pra você"