quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Não, obrigada!

Já aconteceu comigo algumas vezes: um barzinho, com amigos e amigos de amigos (com quem eu não tenho a menor intimidade ou mesmo que estou encontrando pela primeira vez)...
Alguém: cerveja, pessoal? um, dois, três...
Eu: pra mim não, obrigada
Alguém: Ué, por quê?
Eu: não bebo. Quero um suco de laranja, por favor.
Alguém: Como assim? Vai beber suco de laranja?
Eu: Vou, ué, por quê?
Alguém: Coisa chata. Todo mundo tomando cerveja e você vai pedir um suco de laranja?
Eu: Vou.
Alguém: Que isso? Toma uma cervejinha aí, pra relaxar, ficar mais alegre,...

Essa é a hora em que eu começo a fazer cara feia. Não porque não existe álcool no meu sangue para me fazer uma pessoa feliz e relaxada, mas porque tem um mala me enchendo a paciência, como se a cerveja dele fosse chocar só porque o meu pedido foi diferente. Ai,... Não tenho paciência! E o pior: geralmente é alguém a quem eu não dei a menor confiança, a menor abertura pra palpitar assim na minha bebida.
Se o tal cidadão tivesse ficado na dele e bebido sua cervejinha, nós todos teríamos terminado a noite felizes, conversando animadamente, ele e o resto da mesa com sua cerveja, eu com o meu suco de laranja. Mas não, ele tem que vir me dizer que eu tenho que fazer como todo mundo faz porque..... é isso o que todo mundo faz. Mal sabia ele que essa é uma das coisas que mais rapidamente acabam com o meu bom humor.
Não, essa Maria não vai com as outras. Nunca foi. Por personalidade e por educação.
Eu fui educada para não fazer as coisas só porque todo mundo faz. Meus pais certamente tinham o propósito principal de evitar que eu fizesse coisas erradas só porque alguém fez, mas acabou servindo para tudo. Agradeço imensamente a eles por isso e espero conseguir ensinar o mesmo aos meus filhos: que façam bom proveito do seu livre arbítrio. Afinal, tem coisas na vida que a gente tem que fazer, mas tem muitas coisas que a gente só faz se quiser. E fazer só para agradar os outros, para provar algo a alguém ou fazer parte de um grupo, geralmente, é a coisa menos inteligente que uma pessoa faz.
Apesar disso, estranhamente, todos os dias milhões de pessoas o fazem. Fumam "porque todo mundo fuma", experimentam "porque todo mundo experimenta", transam "porque todo mundo transa" ou bebem "porque todo mundo bebe", etc, etc.
É que, se você não segue o fluxo, tem que ficar se justificando. Vai ter um perguntando de seu pai não deixa, outro perguntando se é religião e um outro perguntando se você "tá com medinho". E tem bocoió que cai na pilha.
Dica: você não precisa se justificar. "Não estou a fim" é o suficiente para encerrar o assunto.
Afinal, eu não peço para ninguém deixar sua cervejinha de lado e me acompanhar num delicioso suco de laranja!

Um comentário:

  1. TEM ENTENDO DEMAIS NESSA!! Sempre tem um infeliz que vem fazer um questionário e encher o saco nessa da cerveja. É aquele momento em que todo mundo olha pra você como se você tivesse dito a coisa mais absurda do universo!!
    "Como assim não bebe? cerveja, chopp, vodka, vinho (e a lista dura ate a criatividade da pessoa acabar), nada??"
    não, obrigada. não bebo. não quero. Agua por favor" =D

    Já fiz o cara do balcão gaguejar quando pedi agua hahahha

    Essa Maria aqui tb não vai com as outras xD

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