terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Feliz ano novo!

Ah, o Reveillon! Que data sublime!
Ao contrário da indiferença crescente que sinto pelo natal, o ano novo sempre me cativa. Como na época da escola, em que comprávamos os cadernos novos para o ano letivo que se iniciaria. Ao contrário dos cadernos do ano anterior, quase completamente escritos, com algumas orelhinhas inevitáveis (inevitáveis sim, eu cuidava muito bem dos meus cadernos), marcas de borracha (nunca fui adepta do liquid paper - quando escrevia errado à caneta, eu simplesmente riscava e escrevia o correto do lado) e algumas páginas arrancadas, os novos cadernos eram branquinhos, as capas impecáveis, as espirais redondinhas.
Eu gostava de ver minha mãe encapá-los e escrever nossos nomes nas etiquetas. Mais tarde, passamos a fazer as etiquetas no computador e meu pai deixava que escolhêssemos um desenho simples para o cantinho delas.
A compra de material ainda dava a possibilidade de inovar, de fazer diferente: por que não um fichário, um caderno de mais matérias ou pastas para folhas soltas de anotações? Esse tipo de liberdade que a gente ganha com a idade (na primeira série todo mundo tinha que ter cadernos do mesmo tamanho, encapados com plásticos da mesma cor).
Nós não tínhamos os cadernos nem os lápis mais caros, com os desenhos da moda. E isso nunca fez diferença. Ninguém tinha cadernos tão bem encapados quando os nossos.
No final do ano, minha mãe tirava as folhas brancas que sobravam dos nossos cadernos, cortava a beirada da espiral e guardava como folha de rascunho. Elas ficavam como novas! Quando eu resolvi usar fichário, em vez de caderno, nós pegamos o furador e transformamos essas folhas antigas e folhas de fichário novinhas (em folha). Renovação sustentável.
Aliás, meus bloquinhos de anotação, em casa, hoje, ou são brindes, ou são folhas não usadas as minhas últimas agendas (tem bem uns cinco anos que não uso agendas).
E assim, o ano novo é, para mim, como comprar material escolar novo. Folhas em branco, borrachas novas, apontador amolado, lápis ainda sem ponta e canetas cheias de tinta. Alguma coisa que se utilizou no ano anterior ainda pode ser utilizado, se estiver em boas condições. Muitas vezes, "lavou, tá novo".
É o momento em que você reúne tudo o que precisa para começar mais um ano de vida. O que pode ser aproveitado do ano anterior, o que vai pro lixo. O que deve ser continuado e o que pára por ali mesmo.
Aqueles 16 minutos de queima de fogos (se você estiver em Copacabana) me deixam tão hipnotizada que é como se cada ano vivesse em uma dimensão diferente e aquele fosse o momento nós somos transportados de uma para outra. E quando os fogos terminam, dá um alívio, um vazio bom de dever cumprido pelo ano anterior e de empolgação ante as possibilidades do ano que se inicia.


2 comentários:

  1. Ah, eu sou mais uma que adoro ano novo! E tive a alegria de ver os 16 minutos de fogos em Copa também... vc podia ter ido pra casa da minha prima depois, tava ali pertinho! Pena que agora já to de volta às terras geladas e cinzas daqui do outro lado do mundo, já morrendo de saudades do calor, do sol, do verao... e dos cariocas! Que bom que conseguimos nos ver, amiga, mesmo que brevemente! Espero poder voltar logo pra nos vermos mais! E se puder venha me fazer uma visita um dia :) Beijinhos, Gabi

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    1. Aaaaah, você devia ter me convidado pra casa da sua prima, oras! Sabia que eu ia estar lá. Eu e a minha turma (éramos 5 pessoas espremidas na multidão).

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