quinta-feira, 14 de junho de 2012

o preconceito e a salada

O problema da luta contra o preconceito é que as pessoas pensam no sempre na sociedade como um todo, como se todo mundo tivesse os mesmos preconceitos. E como se bastasse dizer "ai, ai, ai, gente, preconceito é feio, vamos parar com isso". Não funciona assim. É claro que não dá pra aceitar que pessoas apanhem ou não consigam emprego ou sejam constrangidas de alguma forma simplesmente porque têm determinada característica (seja ela física, comportamental ou ideológica), mas isso não é combate ao preconceito, na minha opinião, é combate à intolerância, ao respeito, à discriminação.
Preconceito é mais difícil porque é mais subjetivo. Ele não se manifesta, necessariamente, mas fica lá, embutido, caraminholando a cabeça de quem o possui e o cegando para as qualidades de seu alvo.
E não adianta negar, cada um tem o seu. Pode não ser o "da moda", mas tem. Eu, por exemplo, não tenho nada contra negros ou homossexuais, não estou nem aí para a sua religião e partido político, mas assim, à primeira vista, não confio em homem baixinho. Sério. Meus amigos baixinhos estão aí pra provar que vale a pena ir além da primeira impressão, mas tem gente que simplesmente para por aí. E é aí que o negócio fica ruim.
Vamos pensar assim: preconceito, inveja, raiva, preguiça, gula... todos nós nos deparamos com cada um desses pecados vez por outra nas nossas vidas. Não adianta negar: tudo que é feio e ruim está lá, dentro da gente, na  nossa caixinha de pandora interior. O que faz de nós pessoas melhores ou piores não é a ausência, mas a forma como lidamos com esses sentimentos. Controlar a raiva evita úlcera e dor de estômago; driblar a preguiça leva a um lindo dia na praia, uma aprovação em um concurso, a mais tempo com os amigos. Quem se alimenta melhor é mais saudável e bonito e quem vence seus preconceitos... ah! quem vence seus preconceitos, assim como quem vence seus medos , abre caminho para experiências incríveis!
Deixemos de lado (nesse post) a parte "mais feia" da estória do preconceito - a discriminação e a  intolerância que tanto mal causam nos dias de hoje. Falemos apenas do preconceito em si, desse sentimento de "não provei, mas não gostei" que acompanha muitos de nós desde a mais tenra idade, desde os nossos primeiros pratos de salada.
É um caso clássico, não é? Ninguém pensa em salada quando se fala em preconceito, mas é exatamente isso que está acontecendo quando a gente torce o nariz pra um prato diferente. É pré - conceito, como eu disse no post anterior. Está provado que nós comemos primeiro com os olhos e o olfato. Então, se não é bonito, se não cheira bem, ou sei lá que implicância a gente pega com a cara do negócio, ele deixa de ser apetitoso e passa a ser óbvio que coisa boa não é. E por causa disso eu estou descobrindo a maravilha do tomate aos vinte e nove anos de idade.
Outro clássico é bom e velho príncipe encantado. Aliás, bom e novo, e alto, bonito, atlético, educado,... Toda mulher sonha com o seu, idealiza, espera, faz promessa pra Santo Antônio. Passe o tal príncipe do lado dela sem o seu belo cavalo alazão (que faz parte do pacote) e a farda de gala e, se bobear, ela nem percebe. E ainda vira o santo de cabeça pra baixo, o pobre, que mandou presente certinho, mas "errou" na embalagem...
Quer ver mais um exemplo? Eu não gostava de gatos (atenção que já mudei o assunto, é gato mesmo, o peludinho, quatro patas, que mia e tal.). Na verdade, meu pai não gostava de gatos. Dizia que eram traiçoeiros, interesseiros, e que só ficavam por causa da comida - essas coisas que se diz de gatos. Eu morria de medo daqueles siameses malvados de "A Dama e o Vagabundo" e, mais tarde, da Bianca, a gata sociopata da minha amiga Manuela.  Mas aí, como diz a minha mãe, a gente cospe pra cima e cai na cara (urgh!): hoje eu não vivo sem a minha gatinha - que veio de brinde com o namorado, mas que agora é minha e ai de quem disser o contrário. Namorado esse, aliás, que não tem os 1,80m que eu tinha planejado para o pai dos meus filhos, nem os um ou dois anos de idade a mais, nem a vontade de morar na Suécia, mas me faz extremamente feliz.
O que eu quero dizer é que, muitas vezes, a única forma de vencermos o pré conceito é experimentando. Não adiantou minha mãe passar vinte e nove anos me dizendo que tomate era bom. Eu tive que experimentar sozinha.
O seu preconceito está dentro de você e você é quem mais perde com isso. Pense bem antes de recusar a oportunidade de conhecer alguém ou experimentar algo novo.
Se eu fosse ligar para a cor dos que escolho para amigos, não teria minha querida amiga Camila na vida.
Se a Manu (a da gata) fosse rotular as pessoas pela religião, não seria, hoje, a feliz esposa do Ramzi.
Se o meu namorado achasse que mulher tem que cozinhar e arrumar a casa, nós não estaríamos juntos e eu não teria a gata deitada aqui do meu lado, no sofá, enquanto escrevo isso.





2 comentários:

  1. ju ameeeii o seu post viu? me identifiquei mto, principalmente na parte do principe rs
    acho q principalmente qdo as pessoas tomam partido de algo, mtas vezes elas cegam naquela opinião por puro preconceito de simplesmente se adentrar no ponto de vista da outra pessoa! mas enfim parabéns amiga!
    e parabens por nao ligar pra cor das pessoas tb :)

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  2. eeee... eh ieu... :P e meu amor tbm... hhehehe e a doida da bianca... kkkkkkkkkkkkkk
    Mas o mais engracado eh q eu tbm nao gostava de gatos pq minha mae nao gostava... minha tia deu a bianca pra mim, so q a Bianca escolheu a minha mae como dona... eu sou so a irma mais velha q ela adora perturbar... E minha mae q tinha preconceito chegou a cogitar voltar da Europa antes do fim da viagem pq a bianca nao tava comendo nem bebendo agua sentindo falta da "mae" dela... E mesmo a bianca sendo essa chata, doida e sociopata, eu passei tbm a adorar gatos depois q ela chegou la em casa... :P

    E siiiimmmm, eu amo meu amor lindo que eh nao so de religiao completamente diferente da minha (e ainda por cima uma religiao muito atingida pelo preconteito alheio) como de uma cultura completamente diferente da minha...
    E eu acho que eu roubei o teu sonho, que eu nao tinha (considerando a minha altura), dos 1.80m pra marido... e ainda adicionei mais alguns centimetros... kkkkkkkkkkkkkkk
    Adorei! So que eu gostava de tomate e deixei de gostar depois de velha... pelo menos puro, na salada... so como se for em algo q eh infinitamente mais gostoso, q eu nem lembro q o tomate ta ali, como um sanduiche ou pizza :P

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